Você, associado mais novo do SCC, que adora jogar as “peladas” de fim de semana com os amigos no Clube ou participa dos vários campeonatos internos de futebol realizados anualmente, talvez não saiba, mas o São Carlos Clube já contou com um time profissional de futebol, e dos bons, que por cinco anos (1965 a 1969) participou da segunda e terceira divisões do futebol paulista. O SCC ficou dois anos na terceira divisão (1965-1966) e três na segunda (1967 a 1969). Infelizmente, encerrou suas atividades profissionais em 1970, sem conseguir o tão almejado acesso à primeira divisão do futebol do nosso estado. 

O primeiro jogo profissional do Clube foi um empate em 1 a 1 contra o Nacional da capital, no dia 16 de maio de 1965. Já a estreia em competições profissionais acabou com uma vitória por 2 a 0 contra a Inter de Limeira, no dia 13 de junho do mesmo ano, pela terceira divisão do Paulista. Nosso último jogo também acabou em vitória, fora de casa, por 1 a 0, contra a Lemense, na cidade de Leme, em 19 de outubro de 1969.

Na época, a diretoria era composta por José Fernando Porto (presidente), Mariano Marigo (diretor de futebol), Pedro Eussiles Alonso (diretor e assessor de imprensa) e Irineu Walter Bellasalma (diretor esportivo). Já na comissão técnica, entre os profissionais que trabalharam no SCC, o destaque fica para o técnico Manga, ex-goleiro do Santos de Pelé que foi treinador do nosso time entre 1966 e 1967 e até hoje é considerado o melhor técnico que passou pelo Clube, deixando vários amigos por aqui.

 

O time mandava seus jogos no Estádio Paulista, que à época tinha capacidade para dez mil torcedores, antes de as arquibancadas serem demolidas e darem vez a dois campos menores para os associados.

As maiores goleadas do São Carlos Clube foram dois 7 a 0: a primeira contra o Monte Azul, em 10 de outubro de 1965; a segunda, no dia 29 de outubro de 1967, contra o popular time do Jabaquara de Santos.

O uniforme do time era a camisa azul e branca com listras verticais, calção branco e meias verde-oliva. O uniforme alternativo era camisa e meias brancas com calção em azul-royal. O escudo do time sempre foi a nossa logomarca, que permanece inalterada até os dias de hoje.

 

 

Um grande destaque da história do futebol profissional do São Carlos Clube foi o amistoso contra a seleção olímpica do Brasil, em 10 de março de 1968, que terminou em 3 a 3. Nossa principal conquista foi um terceiro lugar na terceira divisão do Paulista de 1966, garantindo, assim, o acesso à segunda divisão de 1967. No campeonato de 1969, o São Carlos Clube totalizou 14 gols, sendo que 13 foram marcados por Lance, o artilheiro da competição.

O grande zagueiro e meio-campista Tinin (José Carlos Dovigo) foi o único atleta a jogar os quatro anos do SCC no futebol profissional. Tinin era um líder e um dos melhores jogadores do time. Depois do São Carlos Clube, ele ainda defendeu as cores do Paranavaí e do Barretos, dentre outros. Hoje, Tinin curte a aposentadoria com a esposa, Vera, e os dois filhos, Ulisses e Thiago, aqui mesmo na cidade de São Carlos.

Ao fim dos cinco anos de história, o time profissional do São Carlos Clube conquistou aproximadamente 70 vitórias, 38 empates e 40 derrotas, entre jogos profissionais e amistosos, além de 4 jogos sem resultados confirmados.

 

Jogadores que compuseram o time profissional do São Carlos Clube (1966-1969)

Zagui, Zinho, Anisio, Motta, Pádua, Dirceu, Zequinha, Baltazar, Mário, Macalé, João Batista, Manezinho, Coelho, Itamar, Zé Carlos (Gasolina), Talin, Fidélis Bianchini, Laércio, Cairo, Adair, Valdir, Pedrinho, Laerte, Tinin, Roberto Colucci, Darcy, Ruy e Nogueira. Técnicos: Manga e Zezé Procópio.

1966

Zinho, Motta, Laerte Ramos, Tinin, Baltazar, Roberto Colucci; Darcy, Ruy, Cairo, Adair, Valdir.

1967 e 1968

Baltazar, Pádua, Tinin, Dirceu, Detão, Anisio, Zinho, Roberto Colucci, Macalé, Guilherme, João Batista, Zequinha, Pádua, Mário, Manezinho, Nelson, Darcy, Nenê, Dirceu, Chiquinho, Ruy, Zé Carlos (Gasolina), Edson (Lumumba), Adair, Fernando Sátiro, Wander, Lelo, Alemão, Cláudio, Itajubá, Nê e Valdir. Técnicos: Zezé Procópio e Pepino.

1969

Pádua, Zequinha, Tinin, Darci, Edson Pupin, Hélio, Sucena, Dicão, Alemão, Claiton, Fernando Sátiro, Dê Lembo, Nim, Nei, Polaco, Edson Pintinho, Zé Carlos, Vander, Germano Lance, Valdir. Técnicos: Profº Machado e Peru.

 

 

Hino:

“A Águia da Paulista entrou em campo,

entrou em campo,

vestida de azul e branco,

de azul e branco,

o Gigante da 28 vai vibrar

e a torcida vai cantar:

São Carlos, São Carlos,

o clube do coração

avante São Carlos,

este ano serás o campeão!”

 

 

MANGA

Agenor Gomes, mais conhecido como Manga (Vitória, 26 de maio de 1929 Santos, 29 de fevereiro de 2004), foi o goleiro que mais vestiu a camisa do Santos F.C.: 401 jogos.

Manga começou a carreira no Bonsucesso. Em 1951, deixou o futebol carioca para defender o Santos, clube no qual atuou até abril de 1960. A estreia no gol santista ocorreu no dia 30 de setembro de 1951, em uma partida contra a Portuguesa (derrota por 1 a 2). Manga foi um grande goleiro do Santos e, em 1954, foi emprestado ao Bahia.

Após encerrar a carreira de goleiro, trabalhou como técnico em várias equipes do interior de São Paulo (inclusive no São Carlos Clube) e do Paraná.