aúde do homem: saiba quais cuidados são essenciais

  Grande parte dos homens procura um médico quando as doenças já estão em estágio avançado. Dados do Ministério da Saúde apontam que 70% das pessoas do sexo masculino que procuram um médico só o fizeram porque tiveram influência da mulher ou de filhos. Desse total, metade só fez isso quando as doenças já estavam em estágio avançado.

O médico endocrinologista Eduardo Portugal, explicou, em entrevista à Revista do São Carlos Clube, que, antes de mais nada, os exames de rotina devem ser feitos periodicamente. “Não podemos esquecer que o homem é um ser humano e que deve cuidar de sua saúde, não a deixando em segundo plano. Os exames complementares que o médico solicitará vão depender do histórico familiar do paciente, além de sua história de vida, hábitos e possíveis queixas”.

Eduardo afirma que os homens devem sempre estar atentos a qualquer sintoma que fuja do normal. “Condições como cansaço, indisposição, alterações no sono e ganho de peso não devem ser encaradas como normais ou esperadas. Podem ser sinais de que algo não vai bem, e o homem deve investigar, junto a um médico, a causa de tais alterações”, esclarece.

Para evitar doenças que levem o homem à morte ou à perda da qualidade de vida, o médico ressalta que é fundamental a adoção de bons hábitos, como não comer exageradamente ou ingerir alimentos de má qualidade (alimentos ultraprocessados, ricos em gordura, sódio ou açúcar), realizar atividade física regularmente, evitar o consumo em excesso elcool, não fumar e dedicar um tempo para o descanso e a saúde mental.

 

Testosterona

Durante o envelhecimento ocorre uma diminuição lenta e gradual dos níveis de testosterona. “A testosterona tem papel fundamental na saúde do homem, pois influenciará sua saúde sexual, óssea, muscular, cardiovascular, cognitiva e emocional”, comenta.

Ele explica ainda que há um conceito equivocado que se disseminou na sociedade, que é a “andropausa”. “Andropausa não é um termo adequado, pois passa a ideia de uma interrupção súbita dos níveis hormonais masculinos, o que não acontece. A partir dos 40 anos de idade, os níveis de testosterona, que é o principal hormônio masculino, sofrem uma queda lenta e gradual, a uma taxa de cerca de 1% ao ano.”

A partir dessa idade, desde que haja algum sintoma (como os mencionados acima), uma avaliação hormonal pode ser realizada e, nos casos indicados, a reposição hormonal deve ser iniciada. “Cabe aqui esclarecer que a queda da testosterona pode ocorrer por fatores metabólicos, ou por outros distúrbios hormonais, ou até por conta de alguns medicamentos. Portanto, uma avaliação completa deve ser feita, pois nem sempre a reposição de testosterona será indicada. Geralmente, quando a testosterona precisa ser reposta, isso acaba sendo um caminho sem volta, tanto pelas indicações como pelas adaptações hormonais que acontecem em nosso organismo, a partir desse momento.”

O endocrinologista garante que a reposição hormonal, quando bem indicada, trará benefícios como melhora do desejo sexual, da potência e prazer sexual, redução da depressão, melhora do raciocínio, do humor e da energia, perda de peso, aumento da massa e força muscular, fortalecimento dos ossos, melhora da saúde metabólica e diminuição do risco cardiovascular. Mas o médico alerta: “É preciso deixar claro que esses benefícios ocorrem quando repomos a testosterona de um homem que está com deficiência desse hormônio. O uso para atingir níveis suprafisiológicos, com mero objetivo estético ou outro propósito não-médico, é abusivo e condenável, gerando consequências sem controle, como aumento do risco cardiovascular, diminuição da expectativa de vida, infertilidade, prejuízos hepáticos e circulatórios, além de distúrbios psíquicos. Ou seja, o contrário do que deveríamos buscar. Com saúde, não se brinca.”

 

Eduardo Portugal - Médico Endocrinologista e associado do SCC

CRM-SP 108.241 / RQE 59419

 

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