A Revista do São Carlos Clube conversou com duas associadas, Cynthia de Oliveira Lage Ferreira e Carolina Siqueira Catoia Broggio, para que nos contassem o que mudou em suas vidas após a maternidade. E para falarem também das delícias, dos desafios…

Cynthia de Oliveira Lage Ferreira
Filhos: Pedro, 7 anos, e Beatriz, 3 anos
Marido: Alexandre Paiva Barreto
  “Senti muita felicidade e surpresa, nas duas vezes em que soube que seria mãe. Apesar de planejadas, as gestações ocorreram muito rápido. Esperava que fosse demorar mais para engravidar devido à idade. Ambas as gestações foram após os 30; a segunda foi após os 35”, conta Cynthia, que garante ainda que a vida muda completamente após a gestação. “Passamos a enxergar a vida com os olhos das crianças. A vida ganha doçura e ternura.”
  Para ela, os maiores desafios da maternidade são conciliar a vida profissional e a vida familiar, que passa a incluir as inúmeras demandas das crianças. Já quando questionada sobre as delícias, a mamãe afirma que estas superam as dificuldades. “É muito prazeroso acompanhar o crescimento e o aprendizado das crianças. Elas nos ensinam muito sobre as belezas e as prioridades da vida.”
  Ser mãe na pandemia está trazendo um desafio extra, que a associada acredita que esteja marcando a experiência de todas as mães. “Além de todas as atividades rotineiras que já tínhamos antes, a pandemia faz com que tenhamos que suprir todas as necessidades pedagógicas, sociais e emocionais das crianças. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de criar laços que ficarão pra vida toda, apesar da ansiedade que este momento produz.”
 

Carolina Siqueira Catoia Broggio,

Filha: Beatriz Siqueira Catoia Broggio

Carolina conta que teve uma mistura de sentimentos ao saber que estava grávida. “Era tudo tão novo! Ao mesmo tempo que era uma felicidade que eu jamais poderia imaginar que existisse, era uma insegurança, aquele medo: será que vou dar conta? Será que vou ser uma boa mãe, tanto quanto a minha mãe foi e é pra mim? Uma pessoa tão pequena vai depender de mim para o resto da vida: será que eu vou dar conta disso? Foi uma felicidade enorme com uma pontinha de insegurança.”
  Ela afirma que as coisas são vistas sob outra perspectiva quando se é mãe, e que os desafios também são diferentes. “O medo e a insegurança continuam, mas passamos a dar muito mais valor às nossas mães, pois há aquele ditado que toda mãe sempre fala: ‘Quando você for mãe, você vai me entender’. E realmente é assim. Quando a gente se torna mãe, entendemos o quão difícil é criar, educar, viver hoje neste mundo doido, então me tornei uma pessoa totalmente diferente. Mudam as preocupações, porque você deixa de se preocupar com você mesma para se preocupar com outra pessoa, que vai depender de você para o resto da vida. Então, será que eu vou continuar dando conta de educar, de preparar para o futuro, para o presente, para este mundão doido?” 
  Para Carolina, há muitos desafios na maternidade, mas o principal é a educação, principalmente hoje, com a facilidade de acesso à internet. “É muito difícil educar as crianças hoje, tudo é muito liberal, tudo é muito fácil, antes as coisas eram mais difíceis. A vinda da internet, da tecnologia, eu não sei se atrapalhou mais do que ajudou, pois temos essa preocupação grande do que a internet traz para dentro de casa. A educação é o principal desafio. Procuro sempre educar a Beatriz para que ela se torne uma pessoa boa, uma pessoa de caráter, uma pessoa boa de coração, que ajude o próximo, que respeite o próximo.” 
  Mas a associada garante que as delícias superam os desafios. “É muito bom escutar um ‘eu te amo’ e senti-lo. É tão gostoso quando ela chega da escola com um desenho pra mim, quando ela escreve meu nome em um papel, quando ela dorme comigo e no meio da noite eu fico olhando para aquela pessoinha tão meiga, tão linda, tão querida, tão simpática. A gente se sente amada. Ama de verdade e sente o amor de verdade. E eu falo pra ela que só ela me conhece por dentro, por inteiro, e só eu a conheço por inteiro. Esse vínculo de mãe e filho é uma coisa espetacular, porque é um serzinho que foi gerado dentro de mim, então eu a conheço mais do que a mim mesma! A felicidade de olhar para aquele rostinho bonitinho, a cada vitória, a cada conquista dela, isso pra mim não tem preço, é a maior delícia. Ver que ela é uma pessoa tão pura, tão verdadeira, tão amiga... Cada dia é uma vitória no ensino, na escola, e vê-la sendo uma pessoa tão boa, tão sentimental, é uma delícia. Com esses sinais percebemos que está dando certo, mesmo com todas as dificuldades.” 
  A associada acredita que a pandemia está afetando a vida de todos. “Eu jamais imaginei passar por algo do tipo. As crianças estão trancadas em casa, e sentimos que elas sofrem, pois elas precisam brincar. Dependendo da idade, ainda é muito cedo para assimilarem aulas on-line. Em casa temos muita paciência, mas não está fácil para ninguém. Tenho que cuidar de casa, de filho, de marido, de trabalho… É complicado. Mesmo um ano depois do início da pandemia temos que nos moldar diariamente, afinal as crianças querem ir pra escola, querem abraçar os amigos… A Beatriz é de muito contato, ela gosta de brincar, de abraçar, de conversar. Ela está se sentindo mais retraída pelo fato de não poder brincar com as amigas e compartilhar momentos como ir a festas, de fazer festa para as amiguinhas, de ir à casa de uma amiga ou de uma amiga vir em casa. Está sendo um momento de muito aprendizado para nós duas. Mas a gente vai dando conta, se entendendo.  Mãe é mãe, temos superpoderes. Somos realmente mulher maravilha, só quem é mãe sabe o quanto temos um dom divino.” 
  A mamãe também reconhece que tudo o que é hoje ela deve à sua mãe. “Minha mãe sempre esteve ao meu lado, inclusive foi ela quem me ensinou a trocar as roupas da Beatriz enquanto estava na maternidade. Claro que tenho o apoio do meu marido, mas ela é a minha base, a minha amiga, e quero muito que a Beatriz me veja dessa forma um dia. Acaba sendo até um desafio, mas, se eu conseguir dar pra minha filha a mesma educação que minha mãe me deu, eu fico tranquila, pois eu sei que ela será uma pessoa do bem e uma mulher incrível.” 

CURIOSIDADE

Como surgiu o Dia das Mães?

Tudo começou na Grécia e na Roma antiga

A data surgiu mais precisamente nas festas primaveris. Nesses eventos, aconteciam os cultos de adoração às divindades que representavam as mães, como a deusa Reia, mãe dos deuses, ou Cibele, a deusa mãe romana, conhecida também como Magna Mater.

Com o passar dos anos, essa celebração foi crescendo e ganhando lugar de destaque nas datas comemorativas, sendo festejada em quase todas as partes do mundo, em diferentes épocas.

No século XVII, na Inglaterra, surge o Mothering Day. Nos EUA, a data se popularizou em 1858 e foi oficializada em 1914. Já no Brasil, o Dia das Mães  foi implementado em 1932, no governo de Getúlio Vargas.