Para celebrar o dia 30 de janeiro, Dia da Saudade, alguns associados contaram à Revista do São Carlos Clube do que mais sentem saudade em suas vidas e no Clube. Confira:
Maria da Silva Divino, 63 anos
“Tenho saudades do tempo em que éramos livres, sem essa pandemia! Do Clube sinto saudades de fazer hidro com minhas amigas.”
Odila Philomena Possa Barbosa, 84 anos
“Tenho saudade de quando meus filhos eram adolescentes e minha casa vivia cheia de amigos! Somos seis irmãs, e todas nós estávamos com os filhos mais ou menos na mesma idade e nos víamos sempre. A casa estava sempre cheia, mas, conforme eles foram crescendo e se casaram, as visitas diminuíram… Outra coisa de que tenho muita saudade é do Réveillon em casa. Na ocasião comemorávamos também o aniversário do meu marido, Clayton. Todas as crianças pediam “Bom Princípio” e ganhavam dinheiro. Todos enfileirados. Uma delícia!
No SCC, a maior saudade que tenho é de quando frequentava a piscina. Eu tinha muitas amigas que se reuniam, levávamos aperitivos e nos divertíamos muito. Era muito gostoso passar as tardes com elas. Às vezes encontro alguns filhos de amigas no Clube e lembramos com muita saudade desse período.”
“Sinto saudades do tempo em que a vida era mais simples… Tempo em que as crianças brincavam na rua sem medo… Tempo em que as pessoas conversavam olhando nos olhos, mostrando se eram ou não sinceras… Tempo em que a palavra valia mais que pilhas de papéis… Tempo em que tínhamos tempo para tudo… Não é saudosismo. A vida era vivida. Hoje ela passa por nós, não a vivemos.
No São Carlos Clube, sinto saudades dos bailes tranquilos em que se podia dançar ao som de músicas imortais.”
Armando Pisani Junior, 66 anos
"Tenho saudades da época natalina. Tinha uma família muito grande, dez tios, italianos, boa gente, e comemorávamos juntos. Muita alegria, mesa farta, graças a Deus. Minha vó acolhia crianças da rua para almoçar com a gente e dávamos presentes a elas. Lembro muito disso e sinto saudades. Me sinto presenteado por ter vivido isso. Se pudesse voltar, com certeza viveria isso novamente.
Quanto ao Clube, o frequento há 60 anos e sinto muita saudades dos eventos na Sede Avenida: Festa de Debutantes, Festas da Cidade, Carnaval, Baile Branco. Eram eventos finos, todos muito bem arrumados, sinto muita saudade! Ninguém tem saudades de coisas ruins, apenas de coisas boas, e nada melhor que festa, né? Então me lembro com muita saudade dos bons tempos de baile. Essa é apenas uma de várias boas lembranças no Clube. Fiz muitos amigos, hoje os vejo com os netos, o que é uma grande satisfação."
Beatriz Helena Perez Pisani, 63 anos
"Tenho saudades da vida gostosa da infância, de Natal, Ano Novo, as reuniões de família que eram muito boas, com todos os tios, primos, avós. E como este ano estamos em pandemia e não podemos nos reunir nem com os filhos e netos, ficamos saudosos dessa época gostosa da família em volta da mesa, celebrando o Natal e o Ano Novo. É algo que está marcando muita gente, essa falta de estarmos reunidos.
Com relação ao Clube, o frequento com meu marido desde que éramos namorados (48 anos atrás), então é muito bom o Clube. Sinto falta dos bailes na (Sede) Avenida, e estamos sentindo muita falta de nossos amigos, de nossas reuniões no Clube. Temos um grupo grande de amigos; fazemos o Carnaval todos juntos e estamos sentindo falta de estar no Clube neste período de pandemia. Apesar de estarmos longe, estamos perto um do outro graças à tecnologia. Mas o Clube é um ponto de encontro para todos nós. Foi aí que meus filhos viveram e vivem até hoje, e nossos netos agora fazem uso também do Clube. Isso nos gratifica muito.”
Vânia Aparecida Pereira Sichieri, 62 anos
“Aos 62 anos são muitas as saudades... Saudades dos meus pais, dos meus filhos pequenos. Sinto saudades do tempo em que as pessoas sentiam mais empatia umas pelas outras. Hoje as saudades na verdade são boas lembranças.
Do Clube? Saudades do meu Baile de Debutantes, dos Carnavais na Sede Avenida, das aulas de tênis... Boas lembranças.”
Você conhece a origem da palavra saudade? O termo vem do latim solitas, cujo significado é solidão. Alguns mitos e curiosidades rondam a palavra, que muitos acreditam ser exclusividade da língua portuguesa, mas não é bem assim. Até seria interessante se fôssemos, de fato, detentores de um vocábulo tão bonito e expressivo, mas a verdade é que ele existe em outros idiomas, embora tenha sido considerado por uma empresa britânica, que ouviu diversos tradutores, a sétima palavra mais difícil de se traduzir. Isso acontece porque muitas palavras, de acordo com o país, cultura e outros fatores, adquirem diferentes significados. Para comprovar isso, a palavra saudade recebe um termo exato em polonês: tesknota. Ela também consta no léxico alemão, sehnsucht, e apresenta praticamente o mesmo valor da nossa saudade.
Fonte: PEREZ, Luana Castro Alves. Brasil Escola.