A importância do equilíbrio hormonal

Mariana Marques Mancini - CRM 155278

 

Além de influenciarem o sono, o peso e o humor, os hormônios podem modificar nossas características físicas

 

Quando se fala em qualidade de vida, considerar o papel dos hormônios é fundamental! Afinal, eles estão relacionados com os mais diversos aspectos dos seres humanos, como: sono, sistema reprodutor, metabolismo do que comemos, humor, comportamento e preparo do corpo para lidar com situações estressantes. Além disso, os hormônios são capazes de modificar visivelmente algumas características físicas, como, por exemplo: crescimento, surgimento de pelos, ganho de peso, dentre outros.

A endocrinologista Mariana Mancini explica que manter os hormônios equilibrados é extremamente importante para o controle e bom funcionamento do organismo. “Não há frequência preestabelecida para checarmos como estão nossos hormônios, exceto se tivermos um patologia instalada ou se apresentarmos alguns sintomas que podem demonstrar problemas hormonais. Esse mapeamento hormonal é uma excelente forma de diagnosticar precocemente algumas doenças, aumentando a taxa de sucesso do tratamento.”

 Sintomas que devem ser observados:

- Excesso de espinhas.

- Cansaço excessivo e incomum durante o dia.

- Alterações no ciclo menstrual, seja na adolescência ou na idade adulta.

- Quadros recorrentes de ansiedade e irritabilidade, bem como depressão.

- Excesso de fome.

- Dificuldade para dormir.

- Má digestão.

- Dificuldade em perder peso, mesmo com programa de dieta e atividade física.

- Perda de peso expressiva em curto espaço de tempo.

Mariana explica que, se houver o diagnóstico de alguma alteração hormonal no paciente, a checagem deve ocorrer de três a seis meses. “Os hormônios não caem porque envelhecemos, mas sim envelhecemos porque os hormônios caem. Portanto, é muito importante manter o equilíbrio hormonal se o seu objetivo for longevidade saudável.”

 

Papel dos hormônios

No apetite: As conexões feitas pelo corpo para equilibrar o apetite, fome e saciedade são extremamente complexas. Sempre digo: se fosse bem entendida, teríamos muitas ferramentas para tratar a obesidade. No entanto, há um consenso de que insulina, grelina, leptina, GLP 1 e GIP são os hormônios com ação direta nesse aspecto.

Peso: Além do controle dos hormônios citados acima, temos de observar a função da glândula tireoide. O descontrole tireoideano pode levar não só à oscilação de peso, por atuar diretamente no metabolismo basal, como também acarretar mudanças de comportamento. Digo isso porque atendo muitos casos de depressão causada por queda na produção dos hormônios da tireoide. Ou seja, há casos de doença completamente dependente desses hormônios.

Sono: Uma boa noite de sono tem relação direta com os hormônios! Por meio de um mecanismo extremamente regulado, nosso corpo diminui a secreção de cortisol ao longo do dia, preparando-nos para dormir, que é quando entra em cena a melatonina. Ela é responsável por "dizer" ao corpo que, quando escurece, é chegada a hora de dormir. Quem sofre de insônia, por exemplo, pode ter alteração em um desses hormônios. E por falar em melatonina, especula-se que ela possa ter ligação com a moderação do apetite, ter efeito antioxidante, na regulação do relógio biológico e também alguma relação com o câncer.

Libido: Fundamental aqui é estar atento, não somente para a testosterona, como também para outros hormônios, como: prolactina, estrogênio e os hormônios da tireoide, que, quando alterados, têm influência direta na libido. No entanto, não podemos esquecer que a libido também pode ser alterada por outros fatores, como depressão, ansiedade, anorexia nervosa, sedentarismo e o uso de alguns medicamentos.